UBUNTU 11.10 - Oneiric Ocelot - Faça o download agora!

domingo, 2 de outubro de 2011

Lei regulamenta EaD

 

Notícia publicada na edição de 18/09/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno E - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

No Brasil, as bases legais para a modalidade de educação a distância foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei 9394/96). Essa modalidade é regulada pelo decreto 5.622/05; pelo decreto 5.773/06; pelo decreto 6.303/07 e pelas portarias normativas 40/07 e 10/09.

A regulação dos cursos superiores a distância segue dinâmica semelhante àquela que acontece com os cursos presenciais. Para iniciar a oferta de um curso superior na modalidade a distância a instituição precisa ser credenciada pelo MEC para essa finalidade.

Fonte: Samira Galli, Jornal Cruzeiro do Sul
Publicado em 18-09-2011

Qual instituição de EAD é idônea e de qualidade?

 

Notícia publicada na edição de 18/09/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno E - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.


 

  1. Deve estar formalmente autorizada pelo MEC no caso de cursos superiores;
  2. Consultar no sistema de busca do MEC dos pontos de atendimento aos estudantes (polos) que sejam regulares: www.siead.mec.gov.br;
  3. Verificar junto ao MEC e órgãos públicos se há denúncias graves ou irregularidades da instituição desejada; e,
  4. Consultar estudantes da instituição para averiguar se há algum problema na oferta dos cursos.

 

Fonte: Samira Galli, Jornal Cruzeiro do Sul
Publicado em 18-09-2011

"É possível ter ensino a distância de qualidade"

Notícia publicada na edição de 18/09/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno E - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.


Mesmo trabalhando dentro de uma universidade pública, Micaela Deyust dos Santos Pincinato, 38, prefere a educação a distância para se aperfeiçoar profissionalmente. Graduada e mestre em Letras, Micaela quis fazer faculdade de pedagogia para complementar os estudos com um futuro doutorado na área. Ela dava aulas de português aos ensinos médio e superior em Jundiaí e, em 2009, passou no vestibular. "Eu queria ampliar meus conhecimentos. Mas, para mim, era impossível fazer um curso presencial tradicional e também estava descartada a possibilidade de fazer algumas matérias e ficar me alongando no curso. Ao mesmo tempo, eu tenho um filho de 5 anos e não queria me ausentar em casa. Precisava estudar sem desestruturar a minha vida familiar", conta.

Micaela está em Sorocaba desde 2010, quando ocupou o cargo conquistado em concurso público de secretária executiva da Ufscar. "Hoje há a possibilidade de encaixar a pedagogia com a área administrativa, basta mudar o projeto do doutorado. Ter me afastado da sala de aula me fez refletir ainda mais sobre a prática que eu realizava lá atrás. Precisei me distanciar para renovar", explica.

O polo presencial de Micaela é em São Carlos, mas ela preferiu não alterar para Sorocaba por motivos particulares. "Tenho familiares lá e sempre que tenho alguma atividade presencial, aproveito para revê-los."

Como já teve uma vida universitária graças à faculdade de Letras, ela não sente falta de vivenciar contatos sociais com os colegas do grupo. Mesmo porque, Micaela defende a existência de uma vida social virtual. "É até mais fácil conhecer as pessoas mais profundamente no mundo virtual. A gente acaba tornando laços mais fortes", defende.

Micaela se diz apaixonada pelo ensino a distância, mas não ignora os contrapontos da modalidade. "A pessoa tem que ser mais disciplinada porque está estudando em casa sozinha. Ao mesmo tempo que tem um tutor exigindo as atividades, você está sozinho, com sua vida rotineira em casa e no trabalho, o que pode te impedir a rotina de estudo. Por isso, por mais que bata o cansaço, precisa levar muito a sério. Certos mitos da educação a distância precisam acabar. É possível ter ensino a distância de qualidade", finaliza.

Fonte: Samira Galli, Jornal Cruzeiro do Sul
Publicado em 18-09-2011

Educação a distância avança, mas é preciso cuidado na escolha

 

Notícia publicada na edição de 18/09/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno E - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.


O mais recente Censo da Educação Superior realizado pelo Ministério da Educação (MEC) mostra que, nos últimos dez anos, o número de matriculados em cursos de graduação a distância aumentou em mais de 15.000%. No ano 2000, havia 5.287 inscritos em todo o Brasil. Em 2009, esse número pulou para 838.125, uma trajetória histórica dos números de matrículas no EAD.

ProfessoraTeresaMelo

"O Instituto Universal Brasileiro sobreviveu tanto tempo e durante décadas formou tantos técnicos sem internet. Hoje ele se adaptou e também usa plataformas digitais."
- Teresa Melo, professora de Educação
- Por: EMIDIO MARQUES

Apesar da educação a distância (EAD) em cursos de graduação ser um processo relativamente novo no Brasil, o ensinamento à distância é considerado uma modalidade antiga de educação. Para a professora de Educação, Comunicação e Tecnologia do campus Sorocaba da Universidade de São Carlos (Ufscar), Teresa Melo, que estudou o ensino semipresencial para a tese de doutorado em Ciências da Comunicação, as cartas bíblicas do apóstolo São Paulo foram os primeiros registros de educação a distância. "O objetivo das cartas era passar uma mensagem, um ensinamento. Aquilo já era educação a distância", defende.

Com o passar dos anos, os mais variados meios para passar as mensagens foram utilizados, desde correios, rádio e televisão. Quando surge a internet e os meios digitais, as oportunidades de cursos à distâncias explodem. "O Instituto Universal Brasileiro sobreviveu tanto tempo e durante décadas formou tantos técnicos sem internet. Hoje ele se adaptou e também usa plataformas digitais."

Teresa acredita que, com a internet, a educação a distância muda de status. "Antes, quem fazia não era valorizado. Hoje, as pessoas acham bacana fazer um curso a distância. Mas, embora o ensino a distância seja antigo, os meios de transmiti-lo são novos e mudam o tempo todo. Cada vez que a tecnologia evolui, mudam as possibilidades."

 

Educação democrática

Para a especialista, não se trata de roubar o espaço dos cursos presenciais tradicionais. A educação a distância é uma alternativa e complementa a educação presencial tradicional. "Eu prefiro acreditar que todas as tecnologias digitais venham somar e não substituir".

Com o universo de cursos à distância, a educação fica mais democrática, com a possibilidade de chegar a pessoas que não teriam chance de outra maneira. "É uma educação cidadã. Além da qualidade, é necessário trazer com ela a possibilidade de reflexão, de inserção social, de seriedade."

E não são apenas as distâncias que são flexibilizadas. Além do espaço, os cursos trazem flexibilidade de horário, um bem cada vez mais precioso na sociedade contemporânea. "Isso dá oportunidade para muita gente que não teria oportunidade de estar presente num curso desses. Só isso já é um grande fator positivo."

 

Problemas

Os mesmos problemas encontrados no ensino presencial também são os que afetam a qualidade dos cursos a distância. Teresa afirma que, independente da modalidade, o que importa é a seriedade com que a atividade educacional é encarada. "Uma visão equivocada da educação, falta de seriedade, mercantilização e massificação do ensino são os piores. Mas isso, qualquer curso em qualquer instituição, ensinado por qualquer modalidade, pode ser muito bom ou pode ser uma arapuca", disse.

Além disso, outro ponto negativo do ensino a distância é a perda de outras vivências acadêmicas, como a vida universitária, por exemplo. "Há outras coisas que acontecem num espaço de ensino superior e que vão além da sala de aula. As aprendizagens não se restringem ao momento de ensino."

Mas, mesmo assim, ela acredita no relacionamento pessoal à distância. "Engana-se quem pensa que à distância não existe o calor, o relacionamento pessoal. À distância, você pode conhecer muito bem uma pessoa sem nunca ter visto. Você pode estabelecer relações de amizade duradouras e fortes dessa maneira", defende.

 

Profissional

"A educação a distância não vai tirar o emprego do professor", afirma Teresa. Ela explica que, pelo contrário, até são necessários mais profissionais de educação envolvidos. Apesar da falta de estrutura física, a estrutura humana precisa ser maior para o ensino ser bem feito. "A educação a distância séria tem uma equipe muito maior que a disciplina presencial, inclusive com grupos multidisciplinares, como profissionais de Tecnologia da Informação, que precisam estar afinados."

 

Estudante

De acordo com Teresa, o curso à distância depende mais do aluno que o presencial, por cobrar uma disciplina maior do estudante. "Flexibiliza tempo e espaço, mas exige uma disciplina de participação que precisa ser muito rígida. E entender que, mesmo distante, ele não pode deixar para depois, ele precisa estar o tempo todo ligado. Para o estudante, a modalidade também é novidade."

As pessoas que mais se interessam pela modalidade são as que não possuem outras possibilidades no tempo ou no espaço. "Você pode imaginar até aquele estudante que está na Amazônia, distante de um centro que tenha uma universidade, como aquele que mora em São Paulo, mas não tem tempo para poder cursar uma graduação presencial. O perfil do estudante é bastante variado e também está sendo construído para entender as dificuldades da participação de um curso presencial", afirma.

 

Solução

Teresa defende uma modalidade híbrida e bem estruturada como ideal para o ensino a distância. "Os cursos semipresenciais, com encontros presenciais e parte à distância são uma solução", diz.

A massificação também compromete qualquer tipo de curso, de acordo com ela. Por isso, o ideal é que os cursos tenham no máximo 25 alunos por tutor. "A educação não pode ser uma estrutura de massa. No entanto, algumas instituições não trabalham assim porque barateia o custo quando coloca 100, 120 alunos sobre responsabilidade de um profissional. Isso não é educação séria, mas não é nem presencial nem à distância".

Apesar de todas as qualidades dos cursos à distância, Teresa destaca que ainda há questões a serem analisadas. "Existem questões a se debater. O que dá para fazer à distância? Você consultaria um médico que fez uma faculdade à distância? Há limites no processo e é preciso pensar neles."

Devido às discussões que ainda gera, a modalidade de ensino à distância, para Teresa, não deve ser tão elogiada nem criticada demais. "Depende de muito conhecimento, muito estudo, muita técnica e muita sensibilidade. Por isso, não se pode satanizar o Ead e nem simplificar e louvar demais. Ele não é o salvador da pátria, assim como as tecnologias digitais não são as salvadoras da educação. Elas podem ajudar, mas se eu não pensar como usá-las, não vão adiantar em nada", finaliza.

Fonte: Samira Galli, Jornal Cruzeiro do Sul
Publicado em 18-09-2011