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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Educação a distância vale a pena?


De 2000 para cá, a chamada EAD cresceu 45.000% em números de alunos no país. Muita gente, no entanto, ainda fica de pé atrás com quem tirou diploma de Pedagogia ou Licenciatura nessa modalidade de ensino. Para avaliar se isso é puro preconceito, veja o que é mito e verdade nessa área.


Para quem mora longe de uma universidade ou não pode ir à aula todos os dias, a Educação a distância (EAD) parece ideal. Por isso, ela tem conquistado tanto espaço. Em 2000, 13 cursos superiores reuniam 1.758 alunos. Em 2008, havia 1.752 cursos de graduação e pós-graduação lato sensu com 786.718 matriculados, segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). A modalidade de ensino usa ambientes virtuais, chats, fóruns e e-mails para unir professores e turmas. Assim, quem é de Ribeirão Cascalheiras, a 900 quilômetros de Cuiabá, por exemplo, pode se formar em Pedagogia pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), que mantém um polo na cidade.

As experiências no ensino a distância por aqui começaram no início do século 20, com cursos profissionalizantes por carta, rádio e, mais tarde, pela TV. Só com a internet e a banda larga, eles se tornaram viáveis na graduação e na pós.

Apenas recentemente começamos a apostar na EAD como uma saída para suprir a demanda por formação superior no país. Criada em 2005, a Universidade Aberta do Brasil (UAB) tem como prioridade a formação inicial de professores da Educação Básica pública, além de formação continuada aos graduados. Por meio de parcerias entre 38 universidades federais, a UAB oferece 92 opções de extensão, graduação e pós-graduação.



Poucos formados e falta de fiscalização preocupam

Estudo de 2007 capitaneado por Dilvo Ristoff, então diretor do Departamento de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), comparou os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade/2006) nas modalidades presencial e a distância. Das 13 áreas em que o confronto foi possível, os de EAD se saíram melhor em sete: Pedagogia, Biologia, Física, Matemática e Ciências Sociais, além de Administração e Turismo. Isso mostra que o fato de as aulas serem a distancia não significa que elas sejam de pior qualidade.

No entanto, é forte a desconfiança no mercado de trabalho em relação aos egressos dessa modalidade. Isso, em parte, por haver poucos diplomados. Dados do Inep revelam que, enquanto a graduação presencial formou 736.829 profissionais em 2006, o ensino a distância contabilizou apenas 25.804. Esse contingente ainda é pequeno para que as redes avaliem a competência deles.

Além disso, especialistas apontam graves problemas na forma como a EAD tem sido conduzida no país. No estudo Professores do Brasil: Impasses e Desafios, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a coordenadora Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas (FCC), relata que o governo federal ainda não dispõe de aparato suficiente para acompanhar, supervisionar e fiscalizar os cursos, fato que comprometeria sua qualidade. Outro ponto frágil da política governamental, segundo o trabalho, seria a pouca verba destinada aos tutores (que acompanham a aprendizagem dos grupos), feito por meio de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o que tornaria a qualificação dos profissionais precária.

Para não entrar em uma arapuca, o importante é avaliar as opções antes de se decidir. O documento Referências de Qualidades para a Educação Superior a Distância, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), indica o que você tem direito de saber antes de se matricular:
  • Métodos de ensino da universidade
  • Tecnologias usadas
  • O tipo de material didático usado
  • Os tipos de interação disponíveis
  • Quanto tempo leva para o tutor responder às dúvidas.
Outra medida importante é verificar se a instituição está credenciada, se é reconhecida e se já foi fiscalizada. Para isso, basta pesquisar no site siead.mec.gov.br, que traz as instituições que oferecem graduação e pós lato sensu a distância.

Tão importante quanto essas medidas é analisar se o modelo preenche suas necessidades e se é adequado ao seu perfil (faça o teste para saber se você tem o perfil do aluno a distância). Muito se diz sobre a EAD, mas nem tudo pode ser levado a sério. Para ajudar você a conhecer melhor essa modalidade, selecionamos as 16 afirmações mais comuns sobre ela e, com base em estudos, estatísticas e opiniões de renomados especialistas, esclarecemos o que é mito e o que é verdade.



Pré-requisitos para a matrícula


[VERDADE]  O curso não é adequado para os mais jovens

De acordo com a Abed, 54% das instituições que oferecem cursos a distância declararam que a maioria dos matriculados tem mais de 30 anos. João Vianney Valle dos Santos, autor de diversos livros sobre o tema, afirma que em geral os mais jovens não atingiram o nível de maturidade, comprometimento e responsabilidade que o planejamento de estudos da modalidade requer. De fato, é necessária muita disciplina. Não se pode deixar o material de leitura acumular. Se isso ocorre, fatalmente não se consegue aprender o conteúdo, perceber onde se tem dificuldade para pedir ajuda ou mesmo acompanhar as discussões nos momentos em que toda a turma está reunida por meio de chats e videoconferências. Santos chama a atenção para mais um ponto: na juventude, o convívio social e cultural proporcionado pelo ambiente universitário é essencial. “A formação dos 17 aos 24 anos não está vinculada só ao aprendizado de conteúdos, mas a uma fase de maturação e socialização favorecida pelo contato direto com o outro.


[VERDADE]  É preciso ter um bom computador e uma boa conexão de internet

Mais de 93% dos cursos de graduação e pós utilizam a internet como o principal meio de ensino. O uso de vídeos online está presente em mais de 57% das instituições, sendo que em 52% delas a transmissão comporta interatividade entre estudantes e mestres. Quem não tem computador com internet rápida pode sair prejudicado. Afinal, ninguém tem paciência de passar horas esperando um vídeo carregar. E não se pode perder a chance de conversar com o professor em vídeoconferência porque a máquina não dá suporte a essa ferramenta. “Os polos presenciais costumam disponibilizar computadores com conexão à internet. Quem não tem isso em casa e não mora tão próximo aos polos deve encontrar um meio de acesso à banda larga, nem que seja em um cibercafé”, explica Ymiracy de Souza Polak, consultora da Capes para EAD e membro da comissão de avaliação do Inep/MEC.


[MITO]  É ideal para quem tem pouco dinheiro

O fato de os cursos a distância serem normalmente mais baratos que os presenciais muitas vezes se torna um chamariz. Para não ser pego no susto, porém, o ideal é fazer um levantamento de todos os gastos relacionados antes de efetuar a matrícula. Segundo a Abed, a questão financeira é citada como um dos motivos de abandono por 48,5% dos graduados e 30,4% dos pós-graduandos a distância que evadiram. O valor da mensalidade não é o único dinheiro a ser investido. É preciso estar ciente dos custos com transporte e alimentação para participar das atividades presenciais obrigatórias na própria instituição ou no polo disponibilizado por ela. Outro ponto importante a considerar é a compra de material didático. Onilza Borges Martins, pós-doutora na área de Educação a distância e estudiosa do tema há 20 anos, diz que um bom curso não dispensa os materiais tradicionais de estudo. “Os que oferecem apenas uma apostila com trechos de obras, totalmente descontextualizados, empobrecem o acesso ao conhecimento. Desconfie se a instituição não coloca livros na lista de materiais.



Qualidade pedagógica


[MITO]  O diploma é fácil

Para começar, vale lembrar que o tempo de duração do curso é o mesmo que na modalidade presencial. Carlos Eduardo Bielschowsky, secretário de Educação a distância do MEC, diz que os diplomas de graduação e pós-graduação, sejam eles presenciais ou a distância, são equivalentes. “Por lei, exigimos o mesmo grau de rigorosidade em ambos.” Por isso, quem acha que uma boa faculdade a distância é moleza pode acabar se frustrando com o grau de dificuldade que se apresenta e não seguir adiante. Segundo a Abed, 61,8% dos matriculados na graduação e 45% dos da pós-graduação que evadiram em 2008 alegaram como motivo não ter tido tempo para se dedicar suficientemente. O dado indica que não é nada simples dar conta do recado.


[MITO]  As avaliações não são difíceis

O nível de exigência das provas, que são discursivas, é o mesmo das aplicadas nas faculdades presenciais. Muitas vezes, elas se tornam ainda mais difíceis pelo acúmulo de conteúdos cobrados. Isso porque, num curso de qualidade, o conhecimento sobre o material complementar disponível no ambiente virtual também é avaliado. Outro ponto: imagine num único dia ser testado em várias disciplinas com base no que foi visto no semestre todo? Isso ocorre porque o MEC determina que as provas devem ocorrer nos polos presenciais, sob o olhar dos tutores da turma – se fossem feitas em casa, as chances de fraude seriam enormes. Em graduação, há uma avaliação por disciplina, obrigatoriamente. Já nas especializações, são, no mínimo, duas provas escritas. Além disso, as boas instituições pedem, em média, dois trabalhos por semana – com hora limite para a postagem na rede. Por sua natureza, a EAD apresenta uma peculiaridade: o meio eletrônico garante o registro de cada passo do aluno, dando destaque à avaliação processual. É possível saber quantas vezes ele entrou no ambiente virtual, o tempo passado em fóruns e chats e qual a qualidade dessa participação. “Conseguimos verificar durante as aulas se ele está aprendendo ou não. Cabe ao tutor avaliar o comportamento de cada um no ambiente virtual”, explica Waldomiro Loyolla, coordenador técnico da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).


[MITO]  A evasão é maior

Ao contrário. Na graduação e na pós a distância, 17% dos discentes desistem antes de se formar, enquanto nos presenciais essa taxa passa dos 21%, de acordo com o Censo de 2006 do Inep. “A evasão ocorre quando não há dedicação. Se as tarefas não são feitas em uma semana, na próxima é necessário correr muito para acompanhar. Quem não consegue colocar os estudos em dia desiste, pois percebe que não tem mais como chegar lá”, explica Roberto De Fino Bentes, docente dos cursos a distância da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e consultor na área. Uma curiosidade: diferentemente do que muitas pessoas pensam, a distância da casa dos alunos em relação à sede da universidade não é um fator determinante para a evasão. Instituições com mais da metade deles vivendo fora do estado sede têm índices de evasão abaixo da média no país.



Rotina do aluno


[MITO]  É possível estudar quando quiser

Essa é uma das frases que mais têm sido usadas por instituições de má qualidade para atrair a clientela. Num bom programa a distância, definitivamente não se estuda apenas quando se quer. Para acompanhar as discussões sobre os conteúdos, é necessário traçar uma rotina que inclua, todos os dias, leituras obrigatórias e complementares. Além disso, é necessário participar das discussões online, com os colegas, em horários fixos ou previamente marcados pelos tutores. É bom frisar que essa participação também é levada em consideração na avaliação processual. Maria Lucia Cavalli Neder, reitora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) – a primeira a instituir a Pedagogia a distância no país -, afirma: “Na boa graduação e pós a distância, há o acompanhamento individual pelo tutor. Ele sempre pede um feedback das atividades feitas e quem não estuda ou só estuda quando quer não consegue disfarçar: simplesmente não consegue acompanhar a turma”.


[MITO]  O aluno fica isolado e não interage com os colegas

Há várias razões para afirmar que a história não é bem assim. A primeira é a exigência do MEC de que sejam organizados momentos de convivência e interação entre os colegas nos polos presenciais – o que ocorre nas atividades complementares, obrigatórias por lei, como sessões de filmes, debates e encontros, e nas provas finais. As atividades em que todos devem estar online juntos, como chats e videoconferências, é outra estratégia que garante a interatividade entre a turma. Em quase 95% dos cursos credenciados, é possível debater conteúdos e trocar ideias com os colegas. “Os trabalhos semanais também costumam ser realizados em grupo e deve-se usar a rede para combinar o desenvolvimento deles e as datas de reunião”, ressalta Bentes. Outro fator que contribui para a interação é que a organização é feita em turmas em quase metade das instituições. Dessa forma, durante anos, os mesmos alunos seguem juntos, o que os aproxima – como em qualquer faculdade. Por fim, as boas instituições incentivam a organização de grupos de estudo sobre temas específicos. Assim, os alunos aprofundam os conhecimentos trocando informações com os colegas.


[MITO]  A dedicação exigida é menor

Não há como estudar menos se o curso é bem planejado, rico em material básico e complementar, e se professores, tutores e estudantes participam de várias atividades para construir o conhecimento coletivamente. Numa pesquisa feita no ano passado com três universidades privadas de Santa Catarina, Santos constatou que os alunos a distância liam, em média, 3 mil páginas por ano só de conteúdo básico estruturado (sem contar o material complementar). O estudo feito por Dilvo Ristoff em 2006 também incluía um item sobre o tempo de estudo diário necessário para dar conta dos conteúdos propostos. A média ficou em mais de três horas por semana. Sem um professor ao lado diariamente para dar resposta a suas dúvidas na hora, como ocorre normalmente em uma aula presencial, os alunos precisam se dedicar à pesquisa. Consultar várias fontes é essencial para que eles possam seguir adiante em suas atividades até que o tutor retome com ele o conteúdo.


[VERDADE]  Quem é disperso não se dá bem

Não tem jeito: quem é pouco comprometido ou necessita de alguém cobrando o tempo inteiro para que estude não pode fazer uma faculdade a distância. “É necessário ter um método de estudo e um compromisso com a própria aprendizagem”, acredita Bentes, da UFPR. Pesquisa da Abed com 93 pessoas que evadiram apontou como principal motivo a dificuldade de controlar o próprio tempo e se dedicar aos estudos. “A Educação a distância requer leitura e interpretação de textos e ter concentração é básico para essas tarefas mesmo que o curso seja presencial”, completa Bentes.


[MITO]  Não é preciso sair de casa

Ir aos polos presenciais é necessário, uma informação que a maioria dos interessados na modalidade desconhece. Tanto que em graduação e pós-graduação o curso precisa ser semipresencial para que seja reconhecido pelo MEC. É claro que a presença não é exigida com frequência, mas são diversas as atividades que obrigam a sair da frente do computador. Avaliações, trabalhos em grupo, aulas em laboratório, busca de materiais de apoio e videoconferências via satélite são algumas delas. De acordo com o levantamento da Abed, cerca de 50% das instituições utilizam vídeos exibidos nos polos como material pedagógico. Além disso, mais de 90% dos cursos têm bibliotecas tradicionais, enquanto apenas 50% dispõem de acervo virtual. Dessa forma, muitas vezes se tem de buscar os livros para estudo – o que se torna uma dificuldade para quem está bem longe dos polos. É preciso lembrar que quem optou por Pedagogia e Licenciatura nas diversas disciplinas deve cumprir a mesma carga horária de estágio que os matriculados na modalidade presencial. “Eles precisam ir a uma escola da rede pública ou privada e desenvolver com a garotada da Educação Básica as atividades propostas pelo tutor”, explica Alda Luiza Carlini, docente do Departamento de Tecnologia da Educação da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ainda segundo ela, os futuros professores têm a tarefa de registrar o andamento dos trabalhos realizados em sala e trocar com o responsável pela turma informações sobre o desenvolvimento de cada criança.



Estrutura e corpo docente


[VERDADE]  As instituições investem mais em tecnologia do que em conteúdo

Em 2007, os gastos com aquisição de tecnologia, laboratórios, softwares e serviços de internet consumiram 71,8% dos investimentos das instituições. Em 2009, além do investimento em tecnologia, também houve destaque para gastos com estrutura física (aquisição de equipamentos e acervos para bibliotecas e bancos de dados). Fredric Litto, presidente da Abed e pesquisador do tema há mais de 40 anos, ressalta que só essa infraestrutura não faz uma Educação a distância de qualidade. “Igualmente importante é o investimento em conteúdo. Por isso, no momento de procurar uma faculdade a distância, não cabe se deslumbrar com inúmeros itens tecnológicos apresentados e achar que o curso é bom pela simples presença deles”, alerta. Deve-se ficar de olho principalmente no material didático. As instituições picaretas costumam investir pouco, terceirizando essa produção, o que pode afetar de forma direta a qualidade.


[VERDADE]  Os professores são menos qualificados

Se você se refere a quem acompanha a aprendizagem, sim, é verdade. Em EAD, esse profissional, chamado tutor, tem contato direto com os alunos e é o responsável por tirar as dúvidas e avaliar a participação deles nas tarefas. O grande problema é que a formação dos tutores exigida por lei é muito baixa. Eles devem apenas ser formados na área em que vão fazer a tutoria há, pelo menos, dois anos. “Um curso só será bom e atingirá seu objetivo (fazer com que todos aprendam), quando esses profissionais forem capacitados a assumir sua função”, ressalta Alda Carlini. O professor especialista (sim, ele também existe em EAD) prepara os materiais didáticos, organiza as situações de aprendizagem, constrói as propostas de trabalho e orienta as intervenções dos tutores. A formação desse profissional, na boa EAD, não deixa a dever nada à das presenciais. “As normas do MEC são claras: os docentes responsáveis pelas disciplinas do presencial também devem ser responsáveis pela modalidade dele a distância”, diz Alda. “Nas avaliações de qualidade do ministério, os critérios são os mesmos, como o grau de titulação dos profissionais”, completa. Dados da Abed mostram que 40% das instituições contam com mestres e doutores formados especificamente em Educação a distância e mais de 50% têm especialistas na área, além de outras titulações acadêmicas.


[VERDADE]  A turma de um curso a distância é maior do que a de um presencial

De fato. Uma turma de graduação presencial tem, em média, 80 integrantes, enquanto na Educação a distância esse número pode chegar a 180. Segundo a Abed, o docente de graduação e de pós-graduação a distância tem a média de 97 alunos sob sua responsabilidade, enquanto o tutor, 77. Segundo Alda, isso é um fato problemático. “Cada tutor deveria ser responsável por 25 estudantes para dar a atenção necessária e responder a tempo a todos.



Perspectivas para o formado


[MITO]  Os alunos aprendem menos do que no curso presencial

Com os resultados do Enade de 2006, essa ideia caiu por terra. A Pedagogia foi um dos que apresentaram melhor desempenho na modalidade a distância do que na presencial. Ou seja, os alunos aprenderam. O que importa sempre, então, é verificar se o programa tem qualidade – do mesmo modo que se dá a escolha por uma faculdade presencial. É preciso verificar se professores e tutores são qualificados, se o material didático é rico e bem produzido, se a tecnologia é usada a favor da aprendizagem, se as respostas a dúvidas são rápidas e se existe uma estrutura presencial que seja condizente com a área em questão – incluindo laboratórios específicos para cada área e bibliotecas. José Armando Valente, pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) reitera: “Se o curso é bom e o estudante é empenhado, organizado e proativo, não há como não aprender”.


[VERDADE]  É mais difícil conseguir emprego

Ainda há um grande preconceito contra o EAD. Em parte, ele pode ser explicado pelo pouco tempo de existência dela na graduação. “O mercado não conhece os formados a distância e há um desconhecimento muito forte sobre a qualidade dos cursos”, acredita Ymiracy de Souza Polak. A lei garante que nos certificados do Ensino Superior não venha especificado que a formação foi feita a distância. O Conselho Federal de Biologia, por exemplo, havia vetado o registro profissional de alunos graduados a distância, medida revogada pela Justiça Federal. Entretanto, numa entrevista de emprego, isso pode pesar na escolha. Até mesmo entidades oficiais declaram não concordar com a formação semipresencial. “Não achamos bom para a Educação que professores façam a primeira faculdade a distância. Para que a formação inicial tenha verdadeiramente qualidade e prepare o professor para a prática de sala de aula, ela precisa ser presencial”, acredita Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e membro do Conselho Nacional de Educação. Segundo ela, o tema foi debatido nas etapas intermunicipal e estadual da Conferência Nacional de Educação, e essa foi a opinião da maioria dos integrantes. Já o presidente da Associação Brasileira dos Estudantes de EAD, Ricardo Holz, considera que o controle de qualidade dos cursos é papel do Ministério da Educação. Para ele, um dos casos mais problemáticos de discriminação foi a não aceitação de formados em EAD em concursos públicos para cargos de magistério da Prefeitura de São Paulo. “Hoje, a prefeitura paulistana é obrigada a aceitar por uma liminar do Ministério Público, pois não existe distinção legal entre os cursos presenciais e a distância”, afirma Holz. Um dado curioso: em alguns países da Europa, onde a EAD têm tradição e qualidade, além de serem constantemente avaliados pelo governo, os profissionais formados dentro dessa modalidade estão entre os mais disputados. Os motivos são simples. Eles se dedicam mais aos estudos, são autônomos, sabem se organizar melhor, resolvem problemas inesperados com mais agilidade e estão em busca de oportunidades para crescer.

Fonte: Instituto EADVirtual
Publicado em
23-11-2011 


sábado, 19 de novembro de 2011

Tecnologia e educação: alicerces para uma sociedade evoluída e avançada


Se tomarmos como base toda a história do desenvolvimento humano, o que dita o crescimento da sociedade, principalmente na era em que vivemos, é a tecnologia. Nesse caso, não tratamos apenas dos avanços cada vez mais high techs. Assim como os primórdios, como no domínio do fogo e da roda que foram descobrimentos, os princípios da tecnologia foram fundamentais para a evolução da raça.

Dessa forma, é correto afirmar que a tecnologia move a cidadania, que é um termômetro para a evolução da sociedade. E, quando trazemos esse avanço para a educação - outro fator crucial para o desenvolvimento humano -, esbarramos em diversos pontos um tanto quanto retrógrados.

A internet pode ser considerada uma grande biblioteca pública, onde em alguns cliques podem-se fazer pesquisas aprofundadas sobre variados assuntos, sem levar aquela eternidade de tempo de ir até ao local físico, procurar os livros certos, o tema, a página correta e mais uma série de trâmites. Claro, entre milhões de informações que circulam na internet, sempre há aquelas infundadas e errôneas. Há que se ter um discernimento para efetuar a pesquisa e o embasamento, mas nada que passe a imagem de insegurança e fonte não válida de pesquisa, como muitos educadores ainda pregam.

Então, levantamos um ponto. Se nosso cotidiano é tão avançado, inclusive, com essa imensa biblioteca virtual estando presente na palma da mão da sociedade, através de smartphones e tablets, ou até mesmo de notebooks, PCs, televisores e onde mais se acompanhar, como podemos limitar uma geração a usufruir essas facilidades, que assim como o fogo e a roda nos primórdios vieram para auxiliar nosso desenvolvimento?

Nosso ponto de embate é claro: nossos educadores precisam estar mais a par das novas tecnologias, usá-las a favor e não temê-las. É necessário tomar conhecimento desses avanços. Alunos, jovens de oito, dez, quinze anos já estão mais do que acostumados a mexer nesses aparelhos, dominam, de forma intuitiva e não especializada, mas são detentores dessas tecnologias. Tudo o que eles querem é poder desfrutá-las também no ambiente escolar. No entanto, o temor que existe entre os professores de estarem atrás dos alunos no domínio desses benfeitores aparelhos, faz com que sejam prontamente descartados.

Assim, é preciso que haja incentivos aos educadores, movimentos que passem pelo Estado, pelas escolas ou até mesmo pelo próprio professor. A tecnologia está à disposição. É necessário usá-la, mas também é preciso estar disposto a entendê-la, ir de encontro a esses novos conhecimentos.

Com isso, o mercado já se movimenta e algumas empresas veem essa disparidade atual entre educação e tecnologia, e se preocupam em agregar valor aos aparelhos. Ao embarcar conteúdo nessas novas tecnologias, elas levam ao professor uma certeza maior de que ali há informações embasadas, que possuam seus devidos créditos e certificações teóricas. Não apenas uma série de informações em um portal da internet. Tudo de forma mais clara, para que o professor possa passar o conteúdo, levando a dinâmica tecnológica para a sala de aula.

Ou seja, educação e tecnologia são alicerces para uma sociedade evoluída e avançada. A tecnologia é um meio de guiar e desenvolver a educação, um modo de facilitar o acesso à informação e incluir o país em um contexto mais social. Para o desenvolvimento em bons níveis de cidadania é necessária uma sincronia entre ambas. As ferramentas estão todas aí, a tecnologia não pára, agora é preciso alavancar a educação por uma sociedade melhor.


Fonte: RH.com.br
Publicado em
:01-11-2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Plano nacional será criado para fortalecer extensão universitária

 

As ações de extensão desenvolvidas pelas instituições de educação superior do país serão fortalecidas com o lançamento de um plano nacional de extensão. O anúncio foi feito na noite de quarta-feira, 9, em Porto Alegre, pelo secretário de educação superior do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, durante o 5º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

De acordo com o secretário, a iniciativa, que deve ser divulgada oficialmente nas próximas semanas, pelo Ministério da Educação, permitirá a institucionalização das ações de extensão desenvolvidas pelas unidades de ensino superior brasileiras. O secretário lembrou a ampliação do orçamento federal destinado à extensão universitária. Criado em 2003, o Programa de Extensão Universitária (Proext) cresceu nos últimos anos. Em 2011, os recursos chegaram a R$ 70 milhões, o dobro do valor de 2010.

Na avaliação de Costa, as políticas públicas de extensão universitária devem ser planejadas com base no modelo do sistema universitário brasileiro. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2010, 74% das matrículas em cursos de graduação foram registradas em instituições particulares; na pós-graduação, cerca de 80% ocorreram na rede pública. “O modelo de extensão no Brasil deve levar em consideração o perfil do setor em nosso país, a capacidade e a vocação de cada instituição, considerando que temos um segmento mais voltado ao ensino e outro que tem como principal foco o desenvolvimento de pesquisa”, disse.


O secretário defendeu ainda que os processos e instrumentos de aferição do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) passem a contemplar as iniciativas de extensão das instituições. “É nesse sentido que temos debatido com a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes)”, afirmou. “Acreditamos que, dessa forma, a extensão será ainda mais fortalecida e institucionalizada.

Aberto na terça-feira, 8, o 5º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, que este ano teve como tema As Fronteiras da Extensão, será encerrado na sexta-feira, 11. Entre os objetivos do encontro estão a troca de experiências entre professores e estudantes de diversas universidades brasileiras e a discussão sobre os rumos da extensão universitária no país.

 

Fonte: Portal do MEC
Publicado em: 10/11/2011

Educação a distância já responde por quase 15% das matrículas no ensino superior

 

A educação a distância (EAD) já responde por 14,6% das matrículas de graduação no ensino superior do país, segundo dados do Censo da Educação Superior de 2010, divulgados hoje (7) pelo Ministério da Educação (MEC). O número de estudantes em busca do diploma atingiu 6.379.299 alunos em 2.377 instituições de ensino superior, que oferecem 29.507 cursos.

Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, o crescimento da modalidade a distância só não é maior porque o governo está dando “um ritmo” para que a expansão não ocorra com prejuízo da qualidade. “Na década de 1990 nós tivemos um crescimento [na educação presencial] que não estava bem administrado e nós não queremos que o mesmo aconteça com a EAD. O que queremos é um crescimento sustentável”. Segundo ele, o percentual de matrículas na EAD no Brasil pode ser considerado baixo em relação a outros países em que a modalidade responde por mais da metade das matrículas.


As matrículas continuam concentradas (74%) nas instituições privadas, mas houve um crescimento de 12% no número de alunos das escolas públicas. Entre as instituições públicas de ensino superior, as municipais respondem por 1,6% do total das matrículas, as estaduais por 9,4% e as federais por 14,7%. Haddad destacou que o número de formandos em 2010 (973 mil) é mais que o dobro do registrado em 2001. Também houve crescimento no número de ingressantes das universidades federais, de 143 mil para 302 mil no mesmo período.


Apesar de as regiões Norte e Nordeste terem registrado um aumento do número de estudantes no ensino superior entre 2001 e 2010, o Sudeste ainda é responsável por 48,7% das matrículas. O Sul fica com 16,9%, o Centro-Oeste concentra 9,1% e o Norte e o Nordeste, 6,5% e 19,3%, respectivamente. Em 2001, representavam 4,7% e 15,2% do total.


Nos cursos presenciais, 3,9 milhões de matrículas estão no bacharelado, 928 mil nas licenciaturas e 545 mil na modalidade tecnológica, de menor duração. Já na educação a distância, as matrículas de licenciatura são 426 mil, de bacharelado, 268 mil, e nos tecnológicos, 235 mil.

 

Fonte: Portal Educação
Publicado em: 08/11/2011

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Chegou a era da portabilidade

Ainda pouco difundido no Brasil, o conceito de mobile learning transforma alunos em agentes da própria aprendizagem; especialistas apontam necessidade de discussão sobre as mudanças trazidas pela tecnologia.


A difusão dos dispositivos móveis de comunicação está trazendo uma nova perspectiva para o uso da tecnologia na educação, ao mesmo tempo que reacende o debate a respeito de seus efeitos sobre a aprendizagem e o papel do professor. Da Inglaterra à Austrália, passando pelo Quênia, Colômbia e o Brasil, pesquisadores e educadores estão se dedicando ao desenvolvimento e à aplicação de metodologias que incorporam telefones celulares, smartphones, tocadores de MP3, internet wireless e tablets no ensino de línguas, biologia, geografia, física etc. Esse processo envolve, necessariamente, a formação de docentes a fim de que eles sejam capazes de tirar proveito pedagógico dessas tecnologias e, mais do que isso, se mantenham afinados com um conceito de aprendizagem que destoa em relação à sala de aula convencional.
 
Mobile learning ou m-learning ou aprendizagem com mobilidade é um conceito tão recente quanto essas tecnologias de comunicação. Sua definição envolve a utilização de equipamentos de informação e comunicação móveis e sem fio em processos de aprendizagem, mas não se resume a isso. Quer dizer, não basta usar um celular para registrar uma atividade de campo durante uma aula de biologia para caracterizar o m-learning.

Uma característica fundamental é a mobilidade dos aprendizes”, esclarece a coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação Digital (GP e-du) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Eliane Schlemmer. “Eles podem estar distantes uns dos outros e também de espaços formais de educação, tais como salas de aula, salas de formação, capacitação e treinamento ou local de trabalho”, complementa a pesquisadora, que é coautora do livro M-learning e u-learning: novas perspectivas da aprendizagem móvel e ubíqua, ao lado de Amarolinda Saccol e Jorge Barbosa, também da Unisinos.

Outra característica associada à mobilidade é a ubiquidade, ou seja, a possibilidade de a aprendizagem ocorrer em qualquer lugar. “É uma decorrência da mobilidade, pois essas tecnologias liberam a aprendizagem do tempo e do espaço”, afirma Giancarlo Colombo, membro do Conselho da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Nessa medida, elas intensificam as possibilidades de acesso às informações propiciadas, por exemplo, por laptops e celulares convencionais, ao mesmo tempo que superam o potencial dessas tecnologias ao permitir que o usuário (ou aprendiz) se mantenha conectado a uma rede, independentemente de sua presença física. Este é um dos aspectos que diferenciam o m-learning do e-learning, a aprendizagem mediada por um computador.

Mas m-learning não é necessariamente sinônimo de tecnologia de ponta. John Traxler, diretor do Learning Lab, Universidade de Wolverhampton, no Reino Unido, defende que essas metodologias devem se valer das soluções adequadas ao contexto no qual se inserem. É isso, afirma ele, que viabiliza as várias experiências de mobile learning em andamento na África (veja box abaixo), especialmente em regiões isoladas e com infraestrutura precária, onde só há energia elétrica por gerador e o custo dos smartphones é proibitivo para a maior parcela da população. Nesse tipo de contexto, um celular convencional pode ser de grande utilidade.


Novas aprendizagens
 
Cientes da necessidade de envolver e preparar o professor, várias das experiências de m-learning em andamento no Brasil e no mundo focam justamente os docentes, atores centrais no processo de ensino-aprendizagem. “O professor precisa se apropriar das questões teóricas na vinculação com as especificidades da tecnologia em questão”, defende Eliane Schlemmer. É dessa maneira que ele será capaz de identificar os limites e potencialidades das tecnologias.

Afinal, mais do que dominar os recursos dos aparelhos, nesse novo cenário, o professor se torna um agente provocador da aprendizagem – em contraposição à sua atuação tradicional na escola como transmissor de conhecimento. Isto porque o aprendiz (seja ele um aluno ou mesmo um docente em formação) é alçado à condição de agente da própria aprendizagem. “O dispositivo pessoal permite que o aluno direcione a aprendizagem, buscando aquilo que lhe interessa no momento mais conveniente”, diz Martín Restrepo, diretor da Editacuja.

Ao mesmo tempo, o caminho da aprendizagem deixa de ser unilateral, potencializando práticas didáticas colaborativas, em que a produção de conteúdos e informações envolve a participação ativa dos próprios alunos. É, então, um processo que implica aprendizagens que ocorrem principalmente por meio da interação, das trocas, do diálogo e do comprometimento com o outro. Implica ainda, complementa Eliane, organizar e administrar o tempo e os espaços para aprender. Norbert Pachler, do Instituto de Educação da Universidade de Londres, na Inglaterra, defende que a aprendizagem pautada pelo uso de equipamentos móveis se dá numa relação triangular e não hierárquica entre as estruturas socioculturais, as práticas culturais e a capacidade de as pessoas atuarem sobre a realidade em que vivem. Não é, portanto, um processo individual, mas social.


Conhecimento interligado
 
Outra teoria que vem ganhando terreno nesse campo é a do conectivismo ou aprendizagem em rede. Segundo a abordagem, o conhecimento existe em sistemas acessados pelos indivíduos e não reside exclusivamente na cabeça das pessoas. Restrepo exemplifica: hoje é comum que adolescentes estudem conectados a vários sites e dispositivos de comunicação simultaneamente, o que impõe uma forma diferente de relacionamento com a informação e conhecimento, ignorada pela escola tradicional. “Os professores acham que o celular distrai e atrapalha a aula, mas já há experiências que demonstram o contrário”, defende.

Giselda dos Santos Costa, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (Ifpi), está desenvolvendo uma pesquisa de doutorado sobre o uso de celulares no ensino de inglês com seus alunos de ensino médio, tecnológico e de formação de professores. “Normalmente, o ensino de línguas  nas escolas públicas restringe o trabalho do professor  a duas habilidades: leitura e escrita. Os celulares favorecem ao professor expandir suas atividades às demais habilidades, falar, ouvir e ver”, analisa Giselda.


Formação docente
 
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) é uma das instituições educacionais que vem investindo na aplicação das tecnologias móveis no Brasil para a formação de professores e de outros profissionais. “Com um dispositivo em mãos, os alunos podem produzir conhecimentos em rede adequados às suas necessidades e aos contextos em que atuam”, explica Bruno Silveira Duarte, gerente de Tecnologia Educacional do Senai nacional. Nessa perspectiva, o m-learning pode se configurar como um avanço da educação formal para um espaço e contextos ainda não explorados pelo aluno, dando suporte a seu processo de formação – desde que o contexto e o uso da tecnologia sejam planejadas. Mas não são apenas os pesquisadores e instituições educacionais que estão atentos ao potencial da m-learning. Entidades ligadas às empresas de telefonia móvel, como o Instituto Claro, mantêm iniciativas para estimular o uso de celulares na educação: em dois anos, 4,5 mil docentes e educadores sociais participaram das atividades que envolvem, dentre outras atividades, um ciclo de oficinas para a produção de vídeos utilizando equipamento digitais e móveis. Para Carime Kanbour, vice-presidente do Instituto, a incorporação das novas tecnologias se configura em recursos capazes de transformar realidades sociais por meio de projetos educacionais, culturais e ambientais. “Educadores e estudantes, especialmente aqueles com perfil empreendedor, são atores fundamentais nesse processo,”, reitera.

As promessas e possibilidades do mobile learning – especialmente no que diz respeito ao fortalecimento da cultura da aprendizagem em detrimento da cultura do ensino – são grandes. Contudo, ainda se deparam com barreiras tecnológicas, socioculturais e pedagógicas. “É necessária uma profunda reflexão e discussão sobre segurança, privacidade, relações de trabalho, ética, fatores psicológicos e sociológicos que esse tipo de tecnologia pode estar provocando”, pontua a professora Eliane Schlemmer. “Afinal, estas são questões subjacentes às nossas escolhas como sujeitos de um mundo em constante mutação”, conclui.

Fonte: Marta Avancini, Revista Educação Especial Tecnologia
Publicada em Outubro de 2011
  

Lições africanas
John Traxler, da Universidade de Wolverhampton, no Reino Unido, é um dos grandes nomes do m-learning. Entre 2003 e 2005, participou de um programa de capacitação para 200 mil professores no Quênia. À época, o governo local tornava a educação primária gratuita. O programa envolvia, entre outros, um sistema de transmissão de mensagens via celular por SMS. No entanto, a tecnologia encontrou na cultura local uma barreira. “O governo possui uma estrutura extremamente hierarquizada. Houve dificuldade de acesso aos professores”, relata o pesquisador. A experiência mostra um dos desafios que se colocam para o m-learning: a interação com o contexto no qual ela vai se inserir.

Saiba mais:
learningpedia.com.br/8-ferramentas-para-mobile-learningwww.institutoclaro.org.br www.learninglab.org.uk

www.londonmobilelearning.net

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